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O Sol De Cada Manhã

      Adoro quando algum filme me surpreende e mostra algo mais do que a história proposta. É o caso desta película, que teve o título em português mais poético do que o original ("The Weather Man").
      Dirigido pelo Gore Verbinski, o mesmo dos "Piratas Do Caribe", o filme tem um tom melancólico em quase todo ele, refletindo o estado de espírito do protagonista: David Spritz. 


     Nicolas Cage está muito bem como o "homem do tempo" apático, distraído, imaturo e perdido, vendo sua profissão decolar, enquanto sua vida pessoal se desmorona sem ele conseguir entender o porquê. Sua esposa pediu o divórcio, ficou com a guarda dos filhos e já tem outro. Sua filha se sente deslocada, sozinha, semelhante a ele. Seu pai é um premiado escritor que está doente, com o qual ele se sente inferiorizado. Mesmo com uma boa chance profissional, ele não se aceita muito bem, e não sabe se relacionar com o público, que vive jogando comida nele na rua.


     Em meio a esse turbilhão, David tenta assumir o controle e colocar sua vida nos eixos. Mas, como tudo na vida, nem sempre as coisas são como queremos que sejam.
    Isso tudo me fez pensar bastante. Todos sabemos que a vida não é justa. Ela nos é favorável muitas vezes, é verdade, mas não justa. Quantas vezes já nos vimos em situações complicadas e pensamos: não pode piorar! E piora... A vida é assim mesmo. Faz parte do amadurecimento aprender a aceitar o que somos, o que não podemos mudar, e também, a lutar pelo que queremos ser e podemos mudar! Ótimo filme!


      Nesta cena, o pai (o ótimo Michael Caine) fala com David: "Normalmente o mais difícil de se fazer, e o certo a se fazer, são a mesma coisa. Nada que valha a pena é fácil. Fácil não tem nada a ver com a vida adulta."



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