O dia sutilmente me descobre,
Oblíquo, estreito e dourado.
Sob o ar preguiçoso e granulado,
Desfaço-me dos sonhos entrelaçados.
Meu olhar sinuoso se perde a minha volta.
Ainda amarrada ao ontem,
Minha vontade trêmula e covarde me segura.
Detalhes intermitentes faíscam na minha mente.
Quente, macio, salgado, delirante, extasiante...
Busco perfumes e toques entre os lençóis,
Cúmplices e vorazes,
Mas agora vastos e desertos.
Faço meus lábios latejarem
Num paladar metálico.
Enquanto a penumbra transborda do meu peito,
E o brilho se derrama de meus olhos,
Um arroubo ofuscante ecoa sobre mim.
Melodiosamente límpido eu ouço:
- Bom dia!!!
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