Profundo, sensível e espiritual. O filme de Terrence Malick é contemplativo e ao mesmo tempo arrebatador! "A Árvore Da Vida" é uma grande reflexão sobre a vida, Deus e a natureza humana.
Com uma captação de imagens belíssima e impressionante, o longa-metragem mescla diversas cenas da natureza inabitada, selvagem, grandiosa, em contraste com flagrantes da vida de Jack (Hunter McCrack) e sua família (Brad Pitt - o pai, a bela Jessica Chastain - a mãe, e dois irmãos menores) nos anos 50/60. O clima intimista das sequências familiares se intensifica pelos poucos diálogos, e pela ênfase nas reflexões em off. O personagem de Jack também é vivido por Sean Penn nos dias atuais, aéreo e pensativo, absorto em cenários imensos.
No foco central, Jack ainda garoto entra em conflito com o pai, rigoroso ao extremo, mas amável, que ele admira, respeita e abomina. Em contrapartida, sua mãe presente e carinhosa, eclipsada pelo marido, tenta lhe dar apoio na transição para a vida adulta.
Logo no início da película, o diretor nos propõe que há dois caminhos a serem seguidos na vida: o da Natureza, mundano, que se impõe e procura se satisfazer; e o da Graça, espiritual, que se doa e que busca a harmonia. Eles são representados pelo pai e pela mãe de Jack, mas ao longo do filme acabam se mesclando, indicando que os caminhos são complementares. A redenção só é alcançada com a junção das duas coisas.
A Árvore da Vida é descrita na Bíblia como a árvore em que Adão e Eva podiam comer os frutos no Paraíso, e lhes proviria a vida eterna. Na Cabala, ela é um sistema hierárquico que pode explicar tanto a origem do Universo, quanto o processo evolutivo do Homem.
Mesmo longo (139 minutos) e com ritmo muito lento (principalmente na sequência da criação do mundo), o filme é fantástico. Um fabuloso exercício de reflexão sobre fé, destino, humanidade, religiosidade, identidade, escolhas, destino e espiritualidade.
Vejam o trailer:
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