Você sozinha soprou minúcias no meu solar.
Atarantado, incerto e deliciado, fiquei a observar.
Como uma fada, tênue e flamejante, seu corpo estava
E não estava... aqui, ali, agora, depois.
Refutei, divaguei, teimei, elucidei.
Em sonho e delírio, quente e macia, você me visitou.
Em meus lençóis, desejos levemente secretos pescou.
Sua presença ausente e transparente me abateu.
Me vi sonhando, ciente, buscando um sonho seu.
Você não vinha, ou quase vinha, se desviando.
Mas eu sentia, e permanecia esperando,
Sonolento e inebriado, de lua a lua.
Num lusco-fusco, de angústia e agonia você voltou.
Desesperadamente, um louco desatino urgente, me tomou.
Abraçado e saciado, ainda sedento,
Acolhido e ainda carente,
Unido e conjugado,
Magistral e definitivo,
Completo e ainda só.
Terminantemente seu,
Sem mais acordar...
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