Outro dia, revendo o maravilhoso filme "O Curioso Caso de Benjamin Button", fiquei refletindo sobre o Acaso e Destino. Escrevi como nomes próprios, porque parece às vezes que o Destino é uma entidade, tamanha a força com que interfere em nossas vidas. Quem já leu Sandman do Neil Gaiman sabe do que estou falando.
Por muito tempo eu acreditei que o Destino nos deixava brechas para escolhas. Como uma estrada, que ao longo do caminho apresenta encruzilhadas, e assim podemos continuar o mesmo caminho, ou tomamos um rumo diferente. Ao olhar para trás, não é difícil perceber tais "encruzilhadas", momentos marcantes em que poderíamos mudar o futuro, ou o presente, com uma escolha diferente da que foi feita: aquela segunda chance a um namoro que já durava mais do que devia; a saída precipitada do emprego por impulso; o telefonema para aquela pessoa especial que demorou demais a acontecer; a noitada com os amigos mesmo contra a vontade. São inúmeras situações.
Na verdade, se pensarmos bem, essas escolhas ocorrem a cada segundo: atravesso ou não a rua, falo o que eu penso ou fico calado, tomo a iniciativa ou deixo pra depois. Se for assim mesmo, então a vida é aleatória. Construímos o nosso futuro a cada minuto, a cada esquina que dobramos.
Mas porque isso não convence? Por que a cada fatalidade ou golpe de sorte sentimos como se aquilo deveria ter acontecido de qualquer jeito? Eu não tenho essas respostas, como ninguém mais tem. Mas às vezes eu me sinto como se estivesse num rio caudaloso, e por mais eu reme para uma margem ou outra do rio, enfrente obstáculos diferentes e veja outras paisagens, acabo desembocando no mar do mesmo jeito.
Esta é a cena do filme, brilhantemente realizada (pena que as legendas estão meio capengas):
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Abraço.