Desde que eu li a biografia do Paulo Coelho, o ótimo livro O Mago, de Fernando Morais, que eu já comentei AQUI no Blog, eu perdi o preconceito que tinha sobre ele. Mesmo não sendo um escritor fabuloso, Paulo sabe contar histórias e sempre consegue criar uma identidade com o leitor em algum momento do enredo.
Em O Zahir, o personagem principal é um autor famoso mundialmente, que escreve livros sobre espiritualidade, e que percorreu o Caminho de Santiago, como o próprio Paulo Coelho. Um certo dia, sua esposa Esther, jornalista correspondente internacional, o abandona. Ele então, sai em busca de seu paradeiro obsessivamente, enquanto tenta se reencontrar e achar a razão dela o ter abandonado.
O termo Zahir vem da tradição islâmica e de um conto de Jorge Luis Borges, O Aleph. E se refere a algo que, uma vez tocado, nunca mais é esquecido, se tornando uma obsessão, levando a pessoa às margens da loucura.
O livro é bem interessante, mas um pouco cansativo em algumas partes. Não há como não se identificar em algum ponto da trama. Paulo Coelho é um escritor pop e sabe usar isso para tocar as pessoas. O conceito do Zahir é universal, todo mundo já teve ou tem uma obsessão na vida, principalmente amorosa.
Mas o que me realmente me fez refletir, foi este trecho:
"Deus sabe que somos artistas da vida. Um dia nos dá um martelo para esculturas, outro dia pincéis e tinta para pintar um quadro, ou papel e caneta para escrever. Mas jamais conseguirei usar martelos em telas, ou pincel em esculturas. Portanto, mesmo sendo difícil, preciso aceitar as pequenas bençãos de hoje, que me parecem maldições porque estou sofrendo e o dia está lindo, o sol está brilhando, as crianças cantam na rua. Só assim conseguirei sair de minha dor e reconstruir minha vida."
Boa leitura!
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