O título nacional, mais uma vez, tenta enganar o público. Neste belo e reflexivo filme, drama e romance seguem juntos, mas não é uma obra essencialmente romântica.
O casal central: Susan e Michael (vividos por Eva Green e Ewan McGregor, com uma química ótima!) se conhecem por acaso. Ele é um chef de cozinha fútil, e ela é uma epidemiologista insegura, à procura de alguém. Ambos se apaixonam em meio a uma epidemia generalizada, e desconhecida, que afeta os sentidos das pessoas.
Primeiro surgem casos em que as pessoas têm ataques de choro, e logo após perdem o olfato, e isso se espalha rapidamente. Em seguida, as pessoas sentem uma fome descomunal, e perdem o paladar. E assim se vão os outros sentidos.
Dirigido por David Mackenzie, o mesmo de "Jogando Com Prazer" (com Ashton Kutcher), o longa-metragem é intrigante, um tanto sufocante e poético ao mesmo tempo. É como "Ensaio Sobre A Cegueira" lúdico e romântico, sem a crueza toda. Achei muito interessante a forma como ligam-se alguns sintomas aos sentidos perdidos, como: tristeza - olfato, raiva - audição, alegria - visão.
O filme não busca as causas do problema, mas insiste na mensagem otimista de que: "... e assim, a vida continua...", e que é uma grande verdade! O que é o mundo à nossa volta se não o sentimos inteiramente? Quando nos falta um sentido, compensamos com os outros. E quando perdemos todos, o que nos sobra? As pessoas que amamos? Aquilo em que acreditamos? O amor?
Gostei muito! Vejam o trailer:
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