Chuck Palahniuk é brilhante! Sua forma de abordar e desenvolver a história, a construção dos personagens e sua visão do mundo são únicos. Ele conseguiu criar um estilo tão próprio, que é até difícil de ser imitado. Juntando tramas inteligentes, muita informação, escatologia, suspense e um tanto de subversão, ele consegue sempre fugir da obviedade. O maior exemplo é o clássico moderno "Clube Da Luta".
Nesta obra não é diferente. Partindo já do início, onde o protagonista aconselha o leitor a não ler o livro, percebe-se que o que vem a seguir não é nada comum. E não é mesmo.
Victor Mancini é um golpista, sexólatra e ex-estudante de medicina. Ao mesmo tempo em que ele aplica golpes, engasgando em restaurantes para pedir dinheiro, ele também trabalha num parque temático, imitação de uma vila colonial. Isso tudo para bancar a mãe esclerosada, que já não o reconhece, internada em uma clínica caríssima.
Em meio a reuniões dos Sexólatras Anônimos, em que ele mal tenta se tratar, acaba arrumando encontros sexuais, os mais diversos possíveis, e ainda dá em cima da médica de sua mãe. Mancini é um mau caráter de bom coração, mesmo que ele não admita isso. Ao longo do livro, por meio de vários flashbacks, é possível entender a dependência dele com a mãe, obcecada por teorias da conspiração. Destaque para o amigo engraçado e masturbador compulsivo que mora com ele: Denny.
O livro é engraçadíssimo, muito perspicaz e divertido, mesmo nos momentos toscos - e são muitos! Foi adaptado para o cinema em 2006, mas ainda não vi. É uma das melhores obras do Palahniuk!
Chuck Palahniuk
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